sábado, 26 de julho de 2014

Afinal, o que é Adolescência?

Adolescência


Afinal, o que é Adolescência?


Fase da vida? Faixa etária? Construção social?

 

Se buscarmos a definição de adolescência, vamos descobrir que a origem da palavra vem do Latim “ADOLESCENTIA”, que significa período da vida humana entre a infância e a fase adulta. Vamos encontrar ainda quem defina adolescência como uma fase natural da vida marcada pelas transformações biológicas e comportamentais. Alguns pesquisadores vão entender e descrever a adolescência como um processo de construção social e histórico como sugerido no artigo “Adolescência como uma construção social – Ana Bock”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define adolescência como sendo o período da vida que começa aos 10 anos e termina aos 19 anos completos. Para a OMS, a adolescência é dividida em três fases:
  • Pré-adolescência – dos 10 aos 14 anos,
  • Adolescência – dos 15 aos 19 anos completos
  • Juventude – dos 15 aos 24 anos.
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)considera a adolescência, a faixa etária dos 12 até os 18 anos de idade completos, sendo referência, desde 1990, para criação de leis e programas que asseguram os direitos desta população.
Como vimos, são muitas as definições que tentam explicar a adolescência. Algumas definições utilizam conceitos (embasados em estudos da psicologia, da educação, da filosofia, da medicina etc), outras definições utilizam recortes etários como é o caso da OMS. É importante saber que os conceitos existem e atendem a objetivos específicos de programas, pesquisas e políticas públicas. Entretanto não podemos reduzir esse período do desenvolvimento humano aos conceitos que os caracterizam, exatamente porque estamos falando de seres humanos, não é mesmo?
O que sabemos atualmente, é que a adolescência é o resultado de uma construção social, significada historicamente, que hoje se caracteriza, por exemplo, pela ampliação da tutela dos(as) filhos(as) em suas famílias. Ou seja, observando o contexto social, econômico e cultural do momento que vivemos hoje, os/as adolescentes, em geral, precisam de um período maior de estudos e de capacitação profissional para entrada no mercado de trabalho, o que exige deles e delas um tempo maior de dependência das famílias. Não podemos negar também que este período é marcado pelas transformações biológicas e comportamentais. E são essas mudanças que, muitas vezes, determinam a maneira como a sociedade olha para os(as) adolescentes e cria formas de agir com eles e elas, como por exemplo:  a proibição do trabalho antes dos 16 anos, a tutela dos pais até os 18 anos, todo adolescente é “aborrescente” e tantas outras formas que acabam caracterizando, ou melhor, rotulando esse período da vida.
Esta discussão, sobre a construção histórica do conceito de adolescência, é importante porque possibilita a mudança de olhar para a própria adolescência e para o/a adolescente É importante desconstruir a visão de adolescência como uma fase de crise e olhar criticamente para o perfil rotulado do adolescente visto como “aborrecente”, intolerante, irresponsável, rebelde etc.
Nossa proposta, já que falamos de construção social, é construirmos uma nova visão em relação aos/as adolescentes e adotarmos comportamentos que promovam a sua participação nos vários espaços da sociedade, entendendo que os(as) adolescentes são sujeitos de direitos e de responsabilidades!


Conheça alguns direitos e compromissos:

 

Direito a liberdade e a Dignidade

Compromisso de respeitar as pessoas e as leis sociais 

 Direito a  educação

Compromisso de estudar e zelar pela escola

 Direito a saúde


Compromisso de cuidar e conhecer seu corpo, cuidar da sua saúde, adotar uma boa alimentação e cuidado com a higiene

Direito a saúde sexual e reprodutiva

Compromisso de se cuidar e de se prevenir 

Direito a Cultura


Compromisso de zelar e cuidar dos patrimônios e locais públicos

 Direito a ter direitos

Compromisso de conhecer, exercer e lutar pela garantia de seus direitos e efetivação das políticas públicas


Vamos conhecer e refletir sobre alguns dados da adolescência no Brasil



    • O Brasil possui uma população de 190 milhões de pessoas, dos quais 60 milhões têm menos de 18 anos de idade, este número representa quase um terço de toda a população de crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe.
    • Hoje  vivem no Brasil 21 milhões de adolescentes com idade entre 12 e 18 anos,  o que equivale a 11% da população brasileira.
    • Na educação, dos(as) adolescentes entre 15 e 17 anos de idade, 14,8% estão fora da escola, enquanto o percentual é de menos de 3% no grupo entre 6 e 14 anos de idade.
    • De cada 100 estudantes que entram no ensino fundamental, apenas 59 terminam a 8ª série e apenas 40, o ensino médio. A evasão escolar e a falta às aulas ocorrem por diferentes razões, incluindo violência e gravidez na adolescência.
    • O país registra anualmente o nascimento de 300 mil crianças que são filhos(as) de mães que estão na adolescência.
    • A cada dia, 129 casos de violência psicológica e física, incluindo a violência sexual e a negligência contra crianças e adolescentes são reportados ao Disque Denúncia 100. Isso representa que, a cada hora, cinco casos de violência contra meninas e meninos são registrados no País.
    • Cerca de 30 mil adolescentes recebem medidas de privação de liberdade a cada ano, apesar de apenas 30% terem sido condenados por crimes violentos, para os quais a penalidade é amparada na lei.
    • Em 2009 a taxa de homicídios entre adolescentes de 15 a 19 anos foi de 43,2 para cada grupo de 100 mil adolescentes, enquanto a média para a população geral foi de 20 para cada grupo de 100 mil pessoas.
    • O risco de ser assassinado no Brasil é 2,6 vezes maior entre adolescentes negros do que entre brancos, sendo que para adolescentes do sexo masculino, o risco de ser assassinado é 11,9 vezes maior se comparado ao de mulheres na faixa etária de 12 a 18 anos.


    Cada adolescente quer revelar seu valor e sua existência:

    "SE ME AMO, EXISTO."

    "PRECISO SER VISÍVEL."

    "VOU MOSTRAR MEU VALOR."

    "RESPEITEM MINHA OPINIÃO!"

    "EU FAÇO O QUE EU QUERO!"

    O adolescer é um dos eventos cheios de emboscadas que temos de enfrentar na vida moderna. As crises relacionadas às transformações envolvem a todos. Pais, educadores e profissionais da saúde também fazem parte dela e frequentemente manifestam sintomas ao enfrentar a convivência com os jovens, revivendo suas próprias adolescências. 

    O desamparo e a necessidade de criar os próprios rituais de passagem estão presentes em todos os períodos da vida humana, como no envelhecer, no aposentar-se e até mesmo no morrer. O homem contemporâneo está pagando, e caro, com solidão e angústia a troca dos rituais tradicionais pela liberdade e pela individualidade.´



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